Escrever dois textos seguidos sobre a morte trágica de crianças nunca foi nem nunca será algo capaz de me realizar como escritora ou poeta. Triste daqueles que aprenderam facilmente a técnica de sobrevoar friamente a dor através das palavras. Eu nunca aprendi. Me recuso. Não ouso banalizar o que me machuca a alma. Por isso verso, se bem que de vez em quando alguns poemas meus teimam em se travestir de prosa.
Hoje decidi escrever sobre algo que nos faz sangrar de dor, sobre algo que nos despe em carne viva devorando de indignação e agonia nosso mais profundo desejo de viver em um mundo melhor. Por um único e simples motivo. Não posso me dar ao direito de fugir da escrita no exato momento em que é necessário estender a voz aos que já não a tem mais.
Certo dia, em um mar distante o menino Aylan, vítima da guerra, do ódio, da intolerância e do preconceito foi assassinado pela indiferença que nos une e nos separa como seres humanos.
Não faz muito tempo, aqui bem perto, em nosso próprio solo, o menino Cristian, vitima também de uma guerra, também do ódio, também da intolerância e também do preconceito foi morto com um tiro nas costas fruto da mesma indiferença que matou o menino Aylan.
O que os aproxima?
O que os diferencia?
Tinham direito a um futuro, a sonhos, a convivência familiar, a dignidade, a um país mais justo, a mais amor.
Arrancaram-lhes tudo.
Impiedosamente.
Ensinaram-lhes o horror da guerra, a letalidade das armas, a crueldade da destruição.
Roubaram-lhes todos os seus direitos de cidadão.
Em troca impuseram a eles uma morte prematura e covarde.
O mundo chorou pelo menino Aylan, poucos choraram a morte do menino Cristian.
Eles perderam tudo.
Da mesma forma.
Nós também.
Hoje somos um pouco menos humanos, eles não. Ambos permanecem crianças enquanto nós nos destruímos como adultos. Até quando?
Hoje decidi escrever sobre algo que nos faz sangrar de dor, sobre algo que nos despe em carne viva devorando de indignação e agonia nosso mais profundo desejo de viver em um mundo melhor. Por um único e simples motivo. Não posso me dar ao direito de fugir da escrita no exato momento em que é necessário estender a voz aos que já não a tem mais.
Certo dia, em um mar distante o menino Aylan, vítima da guerra, do ódio, da intolerância e do preconceito foi assassinado pela indiferença que nos une e nos separa como seres humanos.
Não faz muito tempo, aqui bem perto, em nosso próprio solo, o menino Cristian, vitima também de uma guerra, também do ódio, também da intolerância e também do preconceito foi morto com um tiro nas costas fruto da mesma indiferença que matou o menino Aylan.
O que os aproxima?
O que os diferencia?
Tinham direito a um futuro, a sonhos, a convivência familiar, a dignidade, a um país mais justo, a mais amor.
Arrancaram-lhes tudo.
Impiedosamente.
Ensinaram-lhes o horror da guerra, a letalidade das armas, a crueldade da destruição.
Roubaram-lhes todos os seus direitos de cidadão.
Em troca impuseram a eles uma morte prematura e covarde.
O mundo chorou pelo menino Aylan, poucos choraram a morte do menino Cristian.
Eles perderam tudo.
Da mesma forma.
Nós também.
Hoje somos um pouco menos humanos, eles não. Ambos permanecem crianças enquanto nós nos destruímos como adultos. Até quando?
Moniquinha/Monicacompoesia
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