Vou começar esse texto sendo muito direta. Os que são contra a construção do Memorial João Goulart deixam bem claro de que lado estão. Estão, entre outras coisas, contra toda e qualquer forma de reforma educacional, fiscal/tributária, eleitoral, principalmente contra as reformas agrária e urbana, todas amplamente defendidas por Jango e extremamente necessárias a construção de um país mais justo para todos.
Por isso a memória de Jango ameaça tanto aqueles que desejam firmemente o retrocesso através da destruição de todas as vitórias populares com o intuito de obter vantagens, sejam elas políticas ou econômicas. Permitir que Jango retorne para inspirar a juventude é para eles enormemente perigoso. Não seriam eles mais eleitos, não conseguiriam enganar mais ninguém com seus discursos vazios, não conseguiriam colocar em prática seu fascismo, seu fundamentalismo, sua intolerância. Em resumo, não teriam mais meios de alimentar o ódio e o medo, elementos tão necessários a sua perpetuação no poder, frutos maduros do mais profundo desconhecimento que procuram disseminar na sociedade feito um vírus de rápida propagação.
Quando falamos do local onde será construído falamos de Brasília e consequentemente de seu atual governo. Diante disso resta saber de que lado está o governo Rollemberg. Ao lado do Povo, representado por todos aqueles que defendem a construção do Memorial e o respeito a verdadeira história daqueles que lutaram bravamente pela Democracia e pelo direito as Liberdades no Brasil ou da direita reacionária e golpista, a mesma que sempre se nutriu de privilégios e benesses e que hoje amarga a dor da ausência do poder ditatorial que os alimentou feito vermes durante inúmeros dolorosos anos para a Democracia desse país. Pronuncie-se oficialmente Governador, em respeito aos seus eleitores.
Negar o direito a construção do Memorial, último projeto de Oscar Niemeyer que se traduz como justíssima homenagem a João Goulart é o mesmo que negá-lo, assim como sua trajetória como Presidente do Brasil. E negá-lo é também negar a esse país o Direito a Reparação de sua história, é negar o Direito a Verdade e a Justiça, é nos negar o direito a dignidade de reconhecer a luta de um homem que ousou um dia buscar a construção de um país menos desigual, um país que não fosse propriedade das elites e sim de todos os brasileiros igualmente.
Vale lembrar que por todo o Brasil se travam verdadeiras batalhas com intuito de impedir que locais de tortura no período da ditadura sejam transformados em Centros de Memória. A Casa da Morte em Petrópolis e o prédio do Dops no Rio de Janeiro são alguns exemplos. Quem são os fantasmas que ainda tem força suficiente para em tempos de Democracia fazer valer sua vontade sórdida de negar a história? Porque não mostram as suas faces e mãos sujas com o sangue de nossas heroínas e nossos heróis? Porque não se revelam diante dos olhos de todos para que possam ser escrachados como merecem?
Será por medo de uma futura condenação e merecida prisão por seus crimes hediondos ou será por medo da opinião pública?
Não tenho dúvidas, um dia vocês responderão por seus atos criminosos.
E quanto aos que tentam impedir a construção do Memorial só me resta encerrar esse texto como uma única frase: Não passarão! Jamais!
Moniquinha
Comentários