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Mostrando postagens de janeiro 22, 2016

A cidade (dos intolerantes)

A cidade sem olhos é cega Ela mesma não se enxerga Não reconhece seus próprios pecados Muito menos suas falsas virtudes A cidade está só Oca de afetos Abandonada dentro dela mesma Nela habitam seres sem alma A cidade desastrosamente não se vê A duras penas não se lê Ela é inerte Incapaz de escrever um futuro Diferente de seu passado e de seu presente Doente ela é deserta de sonhos e Humanidade Exala crueldade Feroz se alimenta de sofrimento e insensibilidade E mesmo assim morre de fome Fome de gente Fome de ser humano Fome que ela mesma desconhece Por isso a cidade sem olhos é fria feito um cadáver Ela não respira Não reage Ela apenas transpira intolerância e medo Sepultada em sua arrogância Ela é fétida A cidade na verdade nunca viveu Sempre morreu de ódio por si mesma Desde o dia em que nasceu Do ventre impiedoso da desigualdade Ela finge que sobrevive Para o mundo que a acolhe Cheio de falsas esperanças Moniquinha/Monicacompoesia