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Me faltam

Meus poemas Me faltam O ar É tudo que respiro Enquanto sonho Sufoco a realidade Aos versos Solto-me no ar Plano palavras Anseio o pouso Interrogo-me Será que escrevo? Moniquinha (Monicacompoesia)
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Faz tempo...

Faz tempo que não escrevo por aqui. De repente bateu uma saudade de teclar lentamente meus pensamentos até tomarem forma, criarem asas e saírem voando por entre meus dedos até alcançarem os olhos de vocês. É cruel o exercício da escrita, principalmente quando ele se dá única e exclusivamente para revelar a alma inquieta de quem escreve. Meus últimos textos tiveram cunho político. Se bem que me pergunto quais não tiveram. No fundo até meus poemas trazem essa marca tatuada nas suas entrelinhas. Mas voltando aos meus últimos textos, os que ainda acreditavam na capacidade de resistência das pessoas diante da ameaça da perda da Democracia, só restaram deles a profunda desesperança que postei no texto anterior a esse que estou escrevendo. Perdemos. E perdemos muito, talvez bem mais do que consigamos enxergar. A cada dia que passa mais nos apequenamos como nação, como povo, como país. Estamos inertes diante de inúmeras perdas de direitos, do destroçar da Constituição Federal, do legislativo

A Luta apenas começou...

E o Golpe foi dado da forma mais dolorosa possível para nós que ainda temos sonhos. Não estamos em 64. 2016, esse é o ano em que perdemos a Democracia para um bando de canalhas. Golpistas que trocaram as fardas pelo parlamento. Tenebroso espetáculo. Visão sombria. Muitos como eu choraram de dor no exato momento. Dor pelo que fizeram com o nosso voto. Com 54 milhões de votos. Me recuso a acreditar que foi em vão. Não me permito sequer pensar que essa é uma batalha já perdida. Não ouso desistir. Não quero e ponto. Final jamais. Somos um Brasil de secundaristas, universitárias, universitários, agricultoras, agricultores, sem terra, sem teto, trabalhadoras, trabalhadores, sindicalistas, artistas, petroleiras, petroleiros, educadoras, educadores, servidoras, servidores, cientistas, intelectuais, advogadas, advogados, juízas, juízes, parlamentares e muito mais. Somos um Brasil acima de tudo plural em todos os sentidos. Somos um país orgulhosamente multirracial. E é esse Brasil que sairá as

RELATOS PESSOAIS DE UMA ESCRITORA EM MEIO A UMA TENTATIVA DE GOLPE

Democracia. Tenho muito medo do que possam vir a fazer com ela. Lutamos tanto para tê-la, para consolida-la. Não é justo que esse capítulo cruel da história de nosso país se repita. Triste é saber que vinte e cinco anos depois estamos lutando contra os mesmos inimigos do Povo. Como podem? Como ousam tentar retirar de nós tudo o que conquistamos? Covardes, querem sangrar os Direitos do Povo, querem assassinar seu Legitimo direito ao Voto. Canalhas, querem fazer do nosso país um verdadeira república de bananas. Traidores, querem usurpar a Presidência de uma Presidenta Legitimamente eleita. Criminosos. Não passarão. E o Chico? O Chico veio Abraçar a Carioca Que sedutora desabrochava Feito um Cravo Vermelho De tanta emoção Por encontra-lo tão lindo Com seus olhos verdes Assim sorrindo Democracia para quem quisesse ver Quanta ousadia a minha Escrever um poema pro Chico Mas o que seria da Poesia Sem ela A Cidade De tanto amor No dia 31 de

E o Chico?

O Chico veio Abraçar a Carioca Que sedutora desabrochava Feito um Cravo Vermelho De tanta emoção Por encontra-lo tão lindo Com seus olhos verdes Assim sorrindo Democracia para quem quisesse ver Quanta ousadia a minha Escrever um poema pro Chico Mas o que seria da Poesia Sem ela A Cidade De tanto amor No dia 31 de março de 2016 Enquanto o Povo gritava Não vai ter Golpe Mais uma vez se apaixonava por ele Mais uma fez fazia história Mais uma vez resistia Ah esse Buarque Quanta emoção Quem imaginaria? Monicacompoesia/Moniquinha A emoção foi tanta que não deu para concentra-la apenas em um texto. Acabei escrevendo um Texto e um Poema. Posto primeiro o Verso. Depois posto a Prosa. Um beijo. Ou mais. Se quiser um abraço tem também (sorrindo). Monicacompoesia/Moniquinha

NOSSAS RUAS

Nossas Ruas são do Povo Da Paz e do Amor Jamais da intolerância e do ódio Nada de Condor O que queremos é Democracia A nossa Liberdade não tem idade Tem Luta Tem Coragem E acima de tudo Tem Legitimidade Portanto não se iludam golpistas de toga ou mandato Nós Resistiremos Com o Sangue que corre em nossas Veias Com o amor que trazemos dentro do Peito Pelos que já se Foram E pelos que aqui Estão Nós jamais abriremos mão Daquilo que Conquistamos  O Direito a Liberdade de todo o Povo Brasileiro Monicacompoesia/ Moniquinha

Esse tal de fascismo

Acordou naquela manhã como se fosse um dia qualquer. Levantou de sua cama, tomou banho, escovou os dentes, penteou seu cabelo, vestiu sua camisa verde e amarela da seleção confeccionada por uma famosa empresa investigada por trabalho infantil em países do dito terceiro mundo, desprezou os filhos como faz costumeiramente, ignorou sua mulher completamente, sentou-se a mesa sem paciência alguma, pegou uma xícara, encheu e sorveu lentamente alguns goles do líquido amargo que brota de suas veias enquanto lia as últimas falsas noticias do mais popular jornal golpista. Temporariamente saciou com ódio e intolerância seu insaciável desejo por privilégios e benesses e saiu as ruas para devorar a esperança dos que ainda acreditam em um país para todas e todos sem distinção. Munido de uma bandeira com os dizeres “eu quero meu país de volta” caminhava em direção a uma famosa avenida da cidade com filhos e esposa enquanto bradava ensandecidamente palavras de ordem pedindo a volta da ditadura, o q

A cidade (dos intolerantes)

A cidade sem olhos é cega Ela mesma não se enxerga Não reconhece seus próprios pecados Muito menos suas falsas virtudes A cidade está só Oca de afetos Abandonada dentro dela mesma Nela habitam seres sem alma A cidade desastrosamente não se vê A duras penas não se lê Ela é inerte Incapaz de escrever um futuro Diferente de seu passado e de seu presente Doente ela é deserta de sonhos e Humanidade Exala crueldade Feroz se alimenta de sofrimento e insensibilidade E mesmo assim morre de fome Fome de gente Fome de ser humano Fome que ela mesma desconhece Por isso a cidade sem olhos é fria feito um cadáver Ela não respira Não reage Ela apenas transpira intolerância e medo Sepultada em sua arrogância Ela é fétida A cidade na verdade nunca viveu Sempre morreu de ódio por si mesma Desde o dia em que nasceu Do ventre impiedoso da desigualdade Ela finge que sobrevive Para o mundo que a acolhe Cheio de falsas esperanças Moniquinha/Monicacompoesia

Sem volta - O caminho de quem escreve.

É sem volta o caminho de quem escreve. Nossa estrada é diuturnamente pavimentada por ousadia e medo. Ousadia de escrever o antes impensável. Medo de não obter a palavra perfeita para o momento exato. Busca inglória por uma perfeição que nunca chega. Agonia e êxtase de quem escreve. Dilema. Transitar em meio a infinitos pessoais. Eis a nossa trajetória. Desafiar incessantemente a impossibilidade de traduzir o mais sufocante dos silêncios. Nossa sina. Viver o sonho como se realidade fosse. Ilusão. Ao menos no papel temos o mundo em nossas mãos. E exatamente por isso estamos condenados ao fim. Liberdade. Nada é definitivo, nem mesmo o verso que nos invade enquanto proseamos. Drama. Ficção ou realidade não passamos de um mero exercício literário de nós mesmos. Antropofagia. Somos consumidos até a última gota de suor sem nenhuma piedade pelos parágrafos que escrevemos. Devoramos enquanto somos devorados. Sacrifício. Sangramos hemorragicamente letra a letra. Sede. Sorvemos a taça transborda

Um Frei. Chico.

Ele mora no Vale com seus cabelos transbordantes de nuvens. Seus olhos de menino certo dia na Holanda resolveram arar corações com sementes de Liberdade mundo afora.  O tempo foi passando como um anjo por sua pele até deixar profundas marcas invisíveis de Humanidade. Era preciso seguir. Não podia parar. Certo dia aportou por aqui. Faz tempo.  Era destino.  Divino ou não. Questão de interpretação. Pura missão. E lá foi ele seguir o seu caminho. Semeou sem parar. Não parou um segundo.  Nunca se deu conta de que tudo o que plantou foi frutificando delicadamente em meio à desesperança e a dor dessa generosa terra vermelha. Movimento irreversível de seguir ensinando e aprendendo.  Solo fértil para um homem rico de afetos.  Do barro fez amigos, dos poemas fez alegria, da música fez companheira de luta, dos seus ideais fez catecismo. Transgressor. E o povo nele acreditou. Ainda hoje acredita Não poderia ser diferente. Ele soube florir o Jequitinhonha

Poema para os Poemas

Meus poemas ganharam o ar Como se tivessem asas para sonhar Meus poemas ganharam o céu Como se fossem anjos a brincar Meus poemas escolheram caminhar Como se tivessem pernas para desbravar Meus poemas escolheram partir Como se tivessem um coração para libertar Meus poemas resolveram voltar Como se tivessem um por to seguro para ancorar Ah, esses meus poemas Sempre donos de si Mesma Eu Moniquinha/Monicacompoesia

Apartheid carioca

A dita cidade maravilhosa vem sangrando hemorragicamente faz tempo. Como remédio para tamanha sangria as autoridades decidiram de modo controverso cortar ainda mais fundo na carne do povo. Nos tornamos uma cidade cheia de ódio, cheia de medos e exalando rancores e preconceitos fétidos por todos os poros. Somos uma sociedade assustadoramente febril. Nas comunidades se matam crianças e adolescentes livremente, forjam-se autos de resistência, impõe-se a cultura do medo, exacerba-se orgulhosamente a impunidade estatal como política oficiosa de governo. Na zona sul segregam os corpos, humilham as almas, torturam a cidadania, vilipendiam o cadáver insepulto dos direitos humanos de quem ousa ultrapassar os muros invisíveis construídos em nome da santa hipocrisia do capital. A juventude classe média do alto de sua mais completa e histórica ignorância herdada orgulhosamente de seus pais e avós vomita impunemente fascismo pelas ruas mais poéticas do mundo apenas porque jovens negros, po

Recordações

Com olhos cheios de saudade ela sentou na cadeira de balanço dos seus sonhos para relembrar através de algumas fotos a trajetória de quem tanto lutou. As marcas em sua alma não a deixam esquecer nem um só segundo que ela também não fugiu do combate. E não se arrependeu. Como eles também não teriam se arrependido se aqui estivessem. Na imagem do abraço terno de Iarinha ela relembra Maria Regina. Filha também de outro herói, Raimundo. Em suas fotos de criança ela relembra Janu e Marcos, seus iguais. Iguais em tudo, até na capacidade de se dar e de amar. Ela fecha os olhos. Imagens do maior ato de amor que já tivera conhecimento em toda sua vida surgem na sua imaginação. Os criminosos invadindo a casa de Quintino após assassinarem Lígia grávida impiedosamente. Marcos, Maria Regina e James tentando fugir pulando um muro nos fundos. James consegue pular e se esconde. Marcos consegue subir no muro. Precisavam ser rápidos. Os criminosos já estavam lá. Marcos estende a mão para Ma

Se existem Damas elas são do Samba

Era noite. Chovia e Ventava. Mesmo assim chegaram para pré-estreia radiantes como sempre. Cada uma com sua beleza, sua força, sua energia e sua luz.  Entraram cinema adentro docemente silenciosas sem que ninguém percebesse. Sentaram-se bem perto de Dona Ivone Lara só para admira-la um pouquinho mais. Em seus shows estão sempre presentes. Não deixam de ir por nada. Aguardaram ansiosas pelo início do filme. Curioso ninguém ter percebido tão ilustres presenças femininas. Desconfio que algumas pessoas até sentiram a energia só não se deram conta da sua origem. Começava a sessão. Encantadas foram se deliciando imagem após imagem. Cantaram bem baixinho. Dançaram timidamente sem sair da cadeira. Choraram de emoção. Aplaudiram com todas as suas forças numa felicidade só. É tanto olhar, tanta força, tanta luz, tanta doçura que elas chegaram a se enxergar na tela. Quanta homenagem. Puro merecimento. O filme terminava. Era hora de ir embora. As luzes começaram a se acender enquanto elas

Numa Escola que só poderia ser em Havana

Outro dia assisti a um filme sem muito esperar. Confesso que minha emoção foi pega de surpresa. A linda história de dois Cubanos acariciou delicadamente no escuro do cinema os meus olhos com doces lágrimas. Em uma Cuba repleta de dificuldades provocadas pelo maldito bloqueio imperialista o coração apaixonado de um Povo nos salta os olhos através das generosas figuras do menino Chala e da professora Carmela. Duas gerações de doces Revolucionários. Cada um a seu jeito lutando pelo que acreditam sem abrir mão do amor nem por um segundo sequer. Como é Soberana a capacidade de vencer as dificuldades de um Povo que não se entrega, de um Povo que se afirma como tal, que não se nega, que se recusa a fechar os olhos diante de sua própria imagem mesmo quando se vê refletido praticamente despido perante esse nosso mundo falsamente globalizado que teima em desconhecê-lo profundamente. É preciso ter muita coragem para realizar um filme como esse, um filme que retrata questões que precisam

A (Des)Humanidade seletiva. Ou sobre a trágica morte de dois meninos

Escrever dois textos seguidos sobre a morte trágica de crianças nunca foi nem nunca será algo capaz de me realizar como escritora ou poeta. Triste daqueles que aprenderam facilmente a técnica de sobrevoar friamente a dor através das palavras. Eu nunca aprendi. Me recuso. Não ouso banalizar o que me machuca a alma. Por isso verso, se bem que de vez em quando alguns poemas meus teimam em se travestir de prosa. Hoje decidi escrever sobre algo que nos faz sangrar de dor, sobre algo que nos despe em carne viva devorando de indignação e agonia nosso mais profundo desejo de viver em um mundo melhor. Por um único e simples motivo. Não posso me dar ao direito de fugir da escrita no exato momento em que é necessário estender a voz aos que já não a tem mais. Certo dia, em um mar distante o menino Aylan, vítima da guerra, do ódio, da intolerância e do preconceito foi assassinado pela indiferença que nos une e nos separa como seres humanos. Não faz muito tempo, aqui bem perto, em nosso próprio s

O Pequeno (Refugiado)

Ele acordou assustado como fazia todas as manhãs. Correu para abraçar sua mãe. Ele não era filho único. Compartilhava seus medos com os irmãos mais velhos. Sua mãe amorosamente corajosa acolhia a todos. Tudo que ela sabia era que o tempo de sua família se esgotava rapidamente. O pai cheio de cicatrizes na alma apenas observava. Seu silêncio ardia em brasa diante da indignação de não poder mais lutar contra o sofrimento diário de sua mulher e filhos.  Nada a eles restava que não fosse a esperança da fuga, a busca quase que desesperada por um outro futuro. Ousaram sonhar.  Pensaram que poderiam viver em paz. Se não aqui, talvez em um outro lugar. Bem distante. Imaginaram. Além mar não contavam com a intolerância que os aguardava de braços abertos. Sonhavam com a acolhida, com o estender das mãos. Ainda acreditavam infantilmente na humanidade. Chegaram a uma conclusão. Que para encontrar com o sonho, para vê-lo de perto, de carne e osso, era preciso partir urgentemente.  Na

A criança morta

A criança morta Entregue ao mar Clandestinamente Chora lágrimas de sal Desde o ventre de sua mãe Ousou refugiar-se Os poderosos disseram não Tentou viver A vida se negou Nada O mundo lhe ofereceu Que não fosse a guerra Que não fosse a dor Mesmo assim ela ainda resiste Hoje iluminando o caminho dos que lutam Enquanto sorri entre as estrelas Nunca deixe de olhar para o céu Moniquinha / Monicacompoesia

As meninas e o menino

Para Fátima, Jane e João Era uma vez duas meninas e um menino que aprenderam lindamente como recontarem-se em vida tudo que um dia foi sonho, foi dor, foi sorriso, foi lágrima, foi amor e acima de tudo, foi sem jamais deixar de ser, amizade. Era uma vez duas meninas e um menino que ousaram febrilmente a liberdade.  Com os olhos marejados de sentimento esculpiram-se enquanto seguiam incansavelmente por um caminho traçado pela doçura ingênua de sua coragem.  Quando certo dia se depararam com o condor fétido da maldade não temeram a aridez da luta, muito menos  as suas consequências. Juntos sangraram de corpo e alma. Tudo vale a pena. Sem arrependimentos. Refizeram-se enquanto recusavam cair nas armadilhas do tempo. Sonhando a esquerda Viveram tudo. Hoje ainda é pouco. Falta muito. Apenas isso. No peito é sempre. Muito mais que isso. Entre lágrimas e sorrisos Escreveram-se poemas. Vivos. Vitória. Apesar de tudo. Das feridas da alma. Não estão, n

O mundo, nós e a Presidenta

Pessoas migrando desesperadamente para fugir da morte, da fome e das inúmeras formas de violência praticadas pelo fundamentalismo religioso que foi criado, alimentado e financiado pelos Eua e seus euroaliados. Diante da multidão de vítimas que construíram batendo em suas portas o colapso imperialista é inevitável. As máscaras estão caindo junto com as suas cruéis economias. Resta saber quem restará, quem sobrará após o caos, quem conseguirá ressurgir das cinzas, quem conseguirá reconstruir o que será deixado em ruínas. Só a história nos responderá, porém não agora. Quem sobreviver verá. Enquanto isso no Brasil os reacionários de plantão, analfabetos funcionais geopolíticos, tentam imputar a Dilma todas as culpas sócio-econômicas impossíveis de tão ideologicamente cegos que são. Não enxergam eles que diante do desabamento sistemático do mundo em que viemos ainda respiramos com plenos pulmões apesar de algumas profundas lesões que não nos oferecem riscos de morte iminente. É fato que di

Enquanto o mundo se acaba a sociedade bate palmas.

A sensação que tenho é a de que o mundo que dia após dia vem sendo destruído de forma cruel e insana não é o mesmo mundo em que muitos brasileiros vivem na mais farta ignorância. Como conseguir administrar tanta cegueira geopolítica?  A desconexão é tanta que alguns chegam ao ponto de achar que não tem nada com isso. Disputas territoriais, fome, sede, multidões de refugiados, terrorismo, fascismo, fundamentalismo, atentados e muito mais.  Guerras em curso. Genocídios.  O mundo se acaba.  E a sociedade aqui batendo palmas. Perdeu claramente a condição de se sensibilizar com a dor do outro.  Sequer a enxergam. Justiça social não é prioridade das elites. Nunca foi. Humanidade. Termo desconhecido. Direitos Humanos. Nem pensar. Tudo o que lhes resta é o egocentrismo do próprio umbigo. Autofagia explicita. É muito fácil acreditar piamente que o catastrófico cenário global não passa de mera paisagem morta para seu imaculado egoísmo neoliberal de cada dia. Esta

Com Partido ou não?

Me desfiliei de um Partido Político já faz um tempinho. Cansada da hipocrisia dos múltiplos lados opostos que claramente não me representam decidi romper em definitivo como que tanto me incomodava, o discurso vazio que jamais se transforma em prática, uma pseudo-democracia que segrega por natureza a militância, a não ser nos momentos em que ela é útil aos propósitos de uma meia dúzia de pessoas.  A partir daí comecei a fazer uma análise bem pessoal a respeito do cenário partidário atual com o intuito de facilitar minha futura tomada de decisão.  Com Partido ou não? Eis aqui muito do que pensei até agora a esse respeito. A primeira coisa que cheguei a conclusão foi que alguns fatores são essenciais nesse pensar. O primeiro fator é referente ao fato de ser mulher. Não se pode negar que a maioria dos Partidos Políticos funciona, de forma consciente ou não, como um grande centro formador de machistas não assumidos, se bem que alguns até se assumem do alto de uma autoproclamada “id

Voto feminino, reforma política e a eleição de mulheres no Brasil

Conta a Mitologia Grega que o Rei Cecrope I fundou uma cidade. Imediatamente nela brotaram uma oliveira e uma fonte de água. O Rei, intrigado, perguntou ao Oráculo de Delphos o que significava tal acontecimento. Ele respondeu que a Oliveira simbolizava a Deusa Atena e a fonte de água simbolizava o Deus Poseidon. Cabia ao Rei convocar os cidadãos para que estes decidissem qual dos dois Deuses daria seu nome a cidade. Assim foi feito. Os homens votaram em Poseidon e as mulheres em Atena. Atena venceu por um voto. Poseidon ficou irritado com o resultado e atacou a cidade com ondas muito violentas. Como forma de apaziguar o Deus o Rei Cecrope I submeteu as mulheres a três castigos. Elas perderiam o direito ao voto, nenhum filho teria o nome da mãe e jamais poderiam ser chamadas de atenienses. Qual a relação entre essa história e o tema proposto nesse artigo para discussão me perguntarão algumas pessoas? Simples, eu explico. A mitologia não é tão desconexa da realidade que vivemos como

O que dizer a uma mulher vítima de violência? Sobre a agressão sofrida pela Deputada Federal Jandira Feghali em pleno Plenário....

Como podemos convencer uma mulher que diariamente é vítima de violência a procurar os meios legais para denunciar seu agressor com o intuito de puni-lo no rigor da Lei,  garantindo principalmente seu Direito a vida, a partir do momento em que essa mulher toma conhecimento de que a própria relatora da Lei Maria da Penha, a Deputada Federal Jandira Feghali, é agredida física, moral e psicologicamente por dois outros deputados federais em pleno Plenário da Câmara dos Deputados durante Sessão transmitida ao vivo em rede nacional pela emissora de tv da Casa? Se os próprios legisladores descumprem as Leis escabrosamente em Plenário diante de todas e todos o que podemos aguardar de um agressor comum? Cabe lembrar que esse não é um caso isolado de Violência contra a Mulher em Plenário da Câmara dos Deputados. Antes dele já ocorreram outros, porém esse é o primeiro que envolve violência física explícita. Todos os agressores anteriores gozaram da mais estarrecedora impunidade. Qual o result

Aos que tem coragem... Em defesa do Memorial João Goulart.

Vou começar esse texto sendo muito direta. Os que são contra a construção do Memorial João Goulart deixam bem claro de que lado estão. Estão, entre outras coisas, contra toda e qualquer forma de reforma educacional, fiscal/tributária, eleitoral, principalmente contra as reformas agrária e urbana, todas amplamente defendidas por Jango e extremamente necessárias a construção de um país mais justo  para todos. Por isso a memória de Jango ameaça tanto aqueles que desejam firmemente o retrocesso através da destruição de todas as vitórias populares com o intuito de obter vantagens, sejam elas políticas ou econômicas. Permitir que Jango retorne para inspirar a juventude é para eles enormemente perigoso. Não seriam eles mais eleitos, não conseguiriam enganar mais ninguém com seus discursos vazios, não conseguiriam colocar em prática seu fascismo, seu fundamentalismo, sua intolerância. Em resumo, não teriam mais meios de alimentar o ódio e o medo, elementos tão necessários a sua perpetuação