Acordou naquela manhã como se fosse um dia qualquer. Levantou de sua cama, tomou banho, escovou os dentes, penteou seu cabelo, vestiu sua camisa verde e amarela da seleção confeccionada por uma famosa empresa investigada por trabalho infantil em países do dito terceiro mundo, desprezou os filhos como faz costumeiramente, ignorou sua mulher completamente, sentou-se a mesa sem paciência alguma, pegou uma xícara, encheu e sorveu lentamente alguns goles do líquido amargo que brota de suas veias enquanto lia as últimas falsas noticias do mais popular jornal golpista. Temporariamente saciou com ódio e intolerância seu insaciável desejo por privilégios e benesses e saiu as ruas para devorar a esperança dos que ainda acreditam em um país para todas e todos sem distinção. Munido de uma bandeira com os dizeres “eu quero meu país de volta” caminhava em direção a uma famosa avenida da cidade com filhos e esposa enquanto bradava ensandecidamente palavras de ordem pedindo a volta da ditadura, o q
Pronto, falei...