Com olhos cheios de saudade ela sentou na cadeira de balanço dos seus sonhos para relembrar através de algumas fotos a trajetória de quem tanto lutou.
As marcas em sua alma não a deixam esquecer nem um só segundo que ela também não fugiu do combate.
E não se arrependeu.
Como eles também não teriam se arrependido se aqui estivessem.
Na imagem do abraço terno de Iarinha ela relembra Maria Regina. Filha também de outro herói, Raimundo.
Em suas fotos de criança ela relembra Janu e Marcos, seus iguais. Iguais em tudo, até na capacidade de se dar e de amar.
Ela fecha os olhos. Imagens do maior ato de amor que já tivera conhecimento em toda sua vida surgem na sua imaginação.
Os criminosos invadindo a casa de Quintino após assassinarem Lígia grávida impiedosamente.
Marcos, Maria Regina e James tentando fugir pulando um muro nos fundos.
James consegue pular e se esconde.
Marcos consegue subir no muro.
Precisavam ser rápidos.
Os criminosos já estavam lá.
Marcos estende a mão para Maria Regina.
Ela não consegue pegar.
Nesse momento ela o manda ir embora.
Era preciso seguir lutando.
James já tinha ido.
Marcos fica paralisado em cima do muro.
Não poderia deixa-la lá sozinha.
Seria torturada e morta.
O coração aperta.
Toma uma decisão.
Decide ficar.
Sabia que morreria.
Mas se é para morrer que seja ao lado dela.
Silenciosamente pula de volta para abraça-la.
Morreram os dois corajosamente de amor.
Como muitos outros foram eles vítimas da tirania que manchou de sangue o país por 21 anos.
Nenhum dos seus assassinos foi condenado ou preso.
Eles partiram.
Os monstros ainda vivem.
Sordidamente impunes.
Os que sobreviveram feito ela ficaram marcados dolorosamente de ausências.
Apesar de tudo não abriram mão do amor, do sorriso, do carinho, da generosidade, dos afetos.
São gigantes.
Meus heróis.
Jane, João, Bené, José Leal, entre outros tantos grandes companheiros de coração.
A luta os fez amigos. A poesia os fez irmãos.
Seguem eles lutando diariamente para manter viva a esperança e a coragem como se tivessem ainda vinte anos.
Meus doces exemplos.
De repente a campainha toca. É a vida chamando. Fátima se levanta da cadeira, seca as lágrimas, coloca um sorriso no rosto e se vai. Seguimos todas e todos ao lado dela. Simbora seguir em frente que o futuro onde mora a esperança de um dia vivermos uma real democracia fica logo ali.
ANTONIO MARCOS PINTO DE OLIVEIRA – PRESENTE
JANUÁRIO JOSÉ PINTO DE OLIVEIRA – PRESENTE
MARIA REGINA LEITE LOBO FIGUEIREDO – PRESENTE
RAIMUNDO FIGUEIREDO – PRESENTE
LÍGIA MARIA SALGADO NÓBREGA – PRESENTE
Moniquinha/Monicacompoesia
PS: Escrevi enquanto ouvia a música “Amanhã ou depois” de Gonzaguinha.
As marcas em sua alma não a deixam esquecer nem um só segundo que ela também não fugiu do combate.
E não se arrependeu.
Como eles também não teriam se arrependido se aqui estivessem.
Na imagem do abraço terno de Iarinha ela relembra Maria Regina. Filha também de outro herói, Raimundo.
Em suas fotos de criança ela relembra Janu e Marcos, seus iguais. Iguais em tudo, até na capacidade de se dar e de amar.
Ela fecha os olhos. Imagens do maior ato de amor que já tivera conhecimento em toda sua vida surgem na sua imaginação.
Os criminosos invadindo a casa de Quintino após assassinarem Lígia grávida impiedosamente.
Marcos, Maria Regina e James tentando fugir pulando um muro nos fundos.
James consegue pular e se esconde.
Marcos consegue subir no muro.
Precisavam ser rápidos.
Os criminosos já estavam lá.
Marcos estende a mão para Maria Regina.
Ela não consegue pegar.
Nesse momento ela o manda ir embora.
Era preciso seguir lutando.
James já tinha ido.
Marcos fica paralisado em cima do muro.
Não poderia deixa-la lá sozinha.
Seria torturada e morta.
O coração aperta.
Toma uma decisão.
Decide ficar.
Sabia que morreria.
Mas se é para morrer que seja ao lado dela.
Silenciosamente pula de volta para abraça-la.
Morreram os dois corajosamente de amor.
Como muitos outros foram eles vítimas da tirania que manchou de sangue o país por 21 anos.
Nenhum dos seus assassinos foi condenado ou preso.
Eles partiram.
Os monstros ainda vivem.
Sordidamente impunes.
Os que sobreviveram feito ela ficaram marcados dolorosamente de ausências.
Apesar de tudo não abriram mão do amor, do sorriso, do carinho, da generosidade, dos afetos.
São gigantes.
Meus heróis.
Jane, João, Bené, José Leal, entre outros tantos grandes companheiros de coração.
A luta os fez amigos. A poesia os fez irmãos.
Seguem eles lutando diariamente para manter viva a esperança e a coragem como se tivessem ainda vinte anos.
Meus doces exemplos.
De repente a campainha toca. É a vida chamando. Fátima se levanta da cadeira, seca as lágrimas, coloca um sorriso no rosto e se vai. Seguimos todas e todos ao lado dela. Simbora seguir em frente que o futuro onde mora a esperança de um dia vivermos uma real democracia fica logo ali.
ANTONIO MARCOS PINTO DE OLIVEIRA – PRESENTE
JANUÁRIO JOSÉ PINTO DE OLIVEIRA – PRESENTE
MARIA REGINA LEITE LOBO FIGUEIREDO – PRESENTE
RAIMUNDO FIGUEIREDO – PRESENTE
LÍGIA MARIA SALGADO NÓBREGA – PRESENTE
Moniquinha/Monicacompoesia
PS: Escrevi enquanto ouvia a música “Amanhã ou depois” de Gonzaguinha.
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