Outro dia assisti a um filme sem muito esperar. Confesso que minha emoção foi pega de surpresa. A linda história de dois Cubanos acariciou delicadamente no escuro do cinema os meus olhos com doces lágrimas.
Em uma Cuba repleta de dificuldades provocadas pelo maldito bloqueio imperialista o coração apaixonado de um Povo nos salta os olhos através das generosas figuras do menino Chala e da professora Carmela.
Duas gerações de doces Revolucionários. Cada um a seu jeito lutando pelo que acreditam sem abrir mão do amor nem por um segundo sequer.
Como é Soberana a capacidade de vencer as dificuldades de um Povo que não se entrega, de um Povo que se afirma como tal, que não se nega, que se recusa a fechar os olhos diante de sua própria imagem mesmo quando se vê refletido praticamente despido perante esse nosso mundo falsamente globalizado que teima em desconhecê-lo profundamente.
É preciso ter muita coragem para realizar um filme como esse, um filme que retrata questões que precisam ser debatidas urgentemente em qualquer lugar do planeta, mas que sem dúvida correria o risco de arranhar profundamente a imagem de Excelência Cubana em Educação reconhecida internacionalmente. E o governo Cubano teve. E mais uma vez o amor prevaleceu. Pela arte, pela delicadeza de um lindo projeto, por uma belíssima direção e pela mais sensível verdade exposta na tela.
O que mais me encanta nisso tudo é que toda essa coragem não foi em vão. Cuba deu mais uma vez ao mundo uma aula de Educação. Não a Educação dos prédios modernos e impecáveis fundamentada na tecnologia e no capital, mas a Educação que brota do peito, que transforma crianças e jovens através da entrega, do amor, da superação, do acolhimento e da compreensão. Essa é a Educação Cubana reconhecida internacionalmente. Uma Educação apaixonadamente Popular.
É preciso deixar claro que o filme vai muito além da triste história de Chala, sua origem, suas dores e sua rebeldia. Como poema em imagens que é, ele mistura alquimicamente encantamento e reflexão. Talvez o grande mistério da paixão que o filme provoca esteja carinhosamente escondido na grande lição que a professora Carmela personifica. O cartaz do filme em letras pequenas nos dá a dica: “Se resta alguma esperança, é porque alguns se negam a perdê-la”.
Moniquinha/Monicacompoesia
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