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Mostrando postagens de outubro, 2015

Um Frei. Chico.

Ele mora no Vale com seus cabelos transbordantes de nuvens. Seus olhos de menino certo dia na Holanda resolveram arar corações com sementes de Liberdade mundo afora.  O tempo foi passando como um anjo por sua pele até deixar profundas marcas invisíveis de Humanidade. Era preciso seguir. Não podia parar. Certo dia aportou por aqui. Faz tempo.  Era destino.  Divino ou não. Questão de interpretação. Pura missão. E lá foi ele seguir o seu caminho. Semeou sem parar. Não parou um segundo.  Nunca se deu conta de que tudo o que plantou foi frutificando delicadamente em meio à desesperança e a dor dessa generosa terra vermelha. Movimento irreversível de seguir ensinando e aprendendo.  Solo fértil para um homem rico de afetos.  Do barro fez amigos, dos poemas fez alegria, da música fez companheira de luta, dos seus ideais fez catecismo. Transgressor. E o povo nele acreditou. Ainda hoje acredita Não poderia ser diferente. Ele...

Poema para os Poemas

Meus poemas ganharam o ar Como se tivessem asas para sonhar Meus poemas ganharam o céu Como se fossem anjos a brincar Meus poemas escolheram caminhar Como se tivessem pernas para desbravar Meus poemas escolheram partir Como se tivessem um coração para libertar Meus poemas resolveram voltar Como se tivessem um por to seguro para ancorar Ah, esses meus poemas Sempre donos de si Mesma Eu Moniquinha/Monicacompoesia

Apartheid carioca

A dita cidade maravilhosa vem sangrando hemorragicamente faz tempo. Como remédio para tamanha sangria as autoridades decidiram de modo controverso cortar ainda mais fundo na carne do povo. Nos tornamos uma cidade cheia de ódio, cheia de medos e exalando rancores e preconceitos fétidos por todos os poros. Somos uma sociedade assustadoramente febril. Nas comunidades se matam crianças e adolescentes livremente, forjam-se autos de resistência, impõe-se a cultura do medo, exacerba-se orgulhosamente a impunidade estatal como política oficiosa de governo. Na zona sul segregam os corpos, humilham as almas, torturam a cidadania, vilipendiam o cadáver insepulto dos direitos humanos de quem ousa ultrapassar os muros invisíveis construídos em nome da santa hipocrisia do capital. A juventude classe média do alto de sua mais completa e histórica ignorância herdada orgulhosamente de seus pais e avós vomita impunemente fascismo pelas ruas mais poéticas do mundo apenas porque jovens negros, po...